Qualidade e beleza são os principais atributos da pedra
portuguesa cujas exportações registaram, em 2011, um aumento de 1,7%
representando um volume de negócios superior a 301 milhões de euros. Depois da
Itália, Portugal é maior exportador do mundo per capita. China, França,
Espanha, Arábia Saudita são os principais importadores.
É um negócio familiar, que passa de geração em geração,
dominado sobretudo pela pequenas medias empresas. Os dados do Instituto
Nacional de Estatísticas (INE) mais recentes referem-se a 2009 e contabilizam
624 empresas de extração de rocha ornamental e 2095 empresas que fazem a
transformação.
Apesar da pequena dimensão da maior parte das empresas, a
atividade do setor é dinâmica e tem assinalado um crescimento nos últimos anos,
sobretudo ao nível das exportações onde se registou um aumento de 5 milhões de euros,
num total de quase 302 milhões de euros exportados (301.854.580 euros), de
acordo com o INE.
Embora o mercado europeu assinale perdas, nos mercados
emergentes a pedra portuguesa continua a conquistar adeptos, com países como
Singapura e o Brasil a registar, em 2011, um aumento de importações de pedra
nacional acima dos 50 por cento (relativamente a 2010).
Marrocos lidera esta corrida tendo importado quase 4.300
milhões de euros de pedra lusa: um aumento de 194 por cento face ao ano
anterior. Mas o recordista de importações é a China, com 52.500 milhões de
euros de pedra portuguesa importada em 2011. Em termos globais, a pedra
portuguesa representa 0,7% do total de exportações do país.
Uma fonte da Associação Portuguesa dos Industriais de
Mármores, Granitos e Ramos Afins (Assimagra) explica ao Boas Notícias que o
protagonismo deste produto português resulta, sobretudo, da sua qualidade mas
também da sua beleza estética.
“O mármore português, por exemplo, não precisa de colas e
resinas na sua aplicação" e “o nosso calcário que é muito procurado por
causa das cores claras e homogéneas”, sublinha a Associação.
Produtos portugueses são conhecidos e gozam de prestígio
Para reforçar o crescimento no mercado externo, a Assimagra
tem apostado na participação em feiras internacionais, principalmente na China,
no Brasil, em Itália e na Turquia. Este ano, as empresas do setor estiveram
pela primeira vez na Índia, na feira Stona 2012, uma das maiores à escala
mundial.
Estas feiras “são o principal instrumento de marketing e de
comunicação das empresas do setor pelo que a Assimagra organiza anualmente
missões empresariais a estes países”, explica a fonte da associação.
A Assimagra sublinha que a participação de Portugal nestes
eventos internacionais tem sido “muito positiva”. “Os produtos portugueses são
já conhecidos e gozam de prestígio pela sua qualidade”, salienta a mesma fonte,
acrescentando que “as deslocações a estas feiras têm redundado na formalização
de negócios e contratos de exportação”.
Apesar do crescimento deste mercado, a Assimagra defende que
mais poderia ser feito, sobretudo da parte das entidades governamentais, para
dinamizar o setor. A agilização no licenciamento das pedreiras, uma melhor
compatibilização com os Planos Diretores Municipais (PDMs), a negociação de
taxas aduaneiras mais competitivas e a redução do preço do gasóleo são algumas
das medidas que a associação considera prioritárias.
Para assinalar o protagonismo deste setor, a Assimagra está
a preparar um livro que reúne as principais obras internacionais onde a
utilização de pedra portuguesa desempenhou um papel principal e onde constam
exemplos como o palácio de Versalhes (França), o Ground Zero (Nova Iorque) ou o
edifício do Banco Mundial no Qatar. O livro deverá ser lançado no início do
Verão, durante o Congresso da Pedra, que terá lugar em Lisboa.
in Boasnoticias - 13/03/2012
Image and video hosting by TinyPic
Sem comentários:
Enviar um comentário