É
português o software que gere os recursos do Metro de Londres e várias
redes de comboios da Europa do Norte. Criada nos anos 80, a empresa de
inteligência artificial de João Pavão Martins e Ernesto Morgado é
símbolo de inovação e excelência a nível internacional.
Quando pensaram a SISCOG -
Sistemas Cognitivos -, os dois amigos e colegas tinham já o objetivo de
abrir caminho numa área inovadora. Tudo começou em 1980, quando os seus
dois fundadores faziam o doutoramento em Inteligência Artificial (AI)
na Universidade Estadual de Nova Iorque, nos EUA.
"Colegas e amigos já desde
a licenciatura no Instituto Superior Técnico, percebemos nos EUA que a
aplicação dos conhecimentos que estávamos a obter - Inteligência
Artificial - quando aplicados a novos projetos obtinham sempre sucesso"
explica, ao Boas Notícias, João Pavão Martins (na foto).
De regresso a Portugal, os
dois engenheiros estavam decididos a aplicar as técnicas aprendidas lá
fora. Tinham como objetivos "atuar num nicho de mercado, desenvolver
produtos próprios ao invés de prestar serviços e apostar no mercado
internacional". Vinte e cinco anos depois, os mentores podem orgulhar-se
de terem atingido as três metas.
"O que é nacional é bom"
A consolidação da empresa
do mercado português arrancou de forma positiva, graças ao contrato com a
tecnológica Sperry (ex-Unisys), em 1985, para o desenvolvimento de um
sistema pericial.
Outro factor determinante para a consolidação inicial da SISCOG, foi a iniciativa da empresa de criar dois protótipos gratuitos para as duas primeiras empresas que se mostrassem interessadas nesta oferta. Foi assim que a SISCOG desenhou um software de planeamento de turnos de tripulantes para a TAP e um programa de gestão de excedentes de tesouraria para o BNU.
Outro factor determinante para a consolidação inicial da SISCOG, foi a iniciativa da empresa de criar dois protótipos gratuitos para as duas primeiras empresas que se mostrassem interessadas nesta oferta. Foi assim que a SISCOG desenhou um software de planeamento de turnos de tripulantes para a TAP e um programa de gestão de excedentes de tesouraria para o BNU.
João Pavão Martins
acredita que "o protótipo para a TAP acabou por determinar o que viria a
ser a área de atuação da SISCOG": o planeamento e a gestão de recursos
de empresas de transporte, nomeadamente de "pessoal, veículos e
horários".
O caminho não foi fácil
sobretudo porque, em meados dos anos 80, era ainda necessário "convencer
as empresas portuguesas de que a Inteligência Artificial poderia
fornecer soluções informáticas competitivas". João Pavão Martins garante
ainda que foi preciso "lutar contra a tendência dos portugueses
pensarem que o que é nacional não presta e que o que é estrangeiro é
bom".
De Portugal para o Mundo
No plano internacional, o
principal desafio da SISCOG foi o de mostrar "que uma empresa portuguesa
fosse fornecedora de tecnologia inovadora, quando o nosso país estava
conotado internacionalmente como fornecedor de mão-de-obra barata e não
qualificada", diz o CEO.
Hoje, os softwares CREWS
(gestão de pessoas e turnos), e os mais recentes FLEET (planeamento de
material circulante) e ONTIME (planeamento de horários) - os principais
desenvolvidos pela empresa -, atuam com clientes tão importantes quanto o
Metro de Londres e o Metro de Lisboa. Os sistemas organizam também os
caminhos-de-ferro da Finlândia, Noruega, Holanda e Dinamarca (neste
momento os CREWS regem ainda os comboios suburbanos de Copenhaga).
O Metropolitano de
Londres, realça João Pavão Martins, "andava há mais de vinte anos à
procura de uma solução para o planeamento dos seus maquinistas". Em
2005, num concurso público internacional, a SISCOG apresentou um
protótipo de demonstração que provou ao sistema de transportes as
vantagens de adquirir o sistema CREWS da empresa.
O projeto português foi vencedor por mostrar que "resolvia o problema do planeamento dos maquinistas" e também por introduzir "poupanças significativas em relação aos planos produzidos por planeadores humanos", assegura o CEO.
O projeto português foi vencedor por mostrar que "resolvia o problema do planeamento dos maquinistas" e também por introduzir "poupanças significativas em relação aos planos produzidos por planeadores humanos", assegura o CEO.
A SISCOG foi, em 1993, a
primeira empresa portuguesa a exportar software. "Neste momento cerca de
85% do nosso volume de faturação é para o exterior, mas se
considerarmos o total de volume de negócios desde o início da empresa
andamos à volta dos 93%.", assegura o fundador da empresa.
A expansão para outros
países ainda está em curso e há planos para que a área de atuação saia
da Europa, nomeadamente para a China, o Brasil e os Estados Unidos.
O cliente mais antigo está com a empresa há cerca de 20 anos
Os concorrentes mais
diretos da empresa são originários dos EUA, Canadá e Alemanha. As
empresas restantes que atuam na área "não são tão especializadas como a
SISCOG".
É o facto de a empresa se
ter especializado numa área muito concreta que a distingue das suas
competidoras. De acordo com João Pavão Martins esta é "a empresa com
mais experiência no domínio dos caminhos-de-ferro, e com elevadas
capacidades de otimização nesta área".
O fundador destaca ainda
"a qualidade do software" disponibilizado aos clientes, "as capacidades
de otimização com consequência em ganhos efetivos para as empresas, o
"suporte e serviço de manutenção" dado e a "inovação constante" com que
os produtos vão sendo introduzidos.Por estas e outras razões, a SISCOG é um modelo a seguir pelas empresas portuguesas. Graças à sua aposta na excelência, esta "velha" empresa de produtos inovadores tem clientes que estão consigo "há perto de 20 anos", numa prova irrefutável de fidelização.
Clique AQUI para visitar o site oficial da SISCOG.
in BoasNoticias - 28/02/2012
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